Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Aventuras e Desventuras, Encontros e Desencontros de uma mulher do mundo... e Fantasias... muitas Fantasias para partilhar consigo...
Sou incontinente desde que me conheço como gente!
Tenho incontinência crónica e sempre me lembro de ser gozada por “molhar a cama” até ao início da adolescência.
Para quem dormia num colégio privado, a experiência poderia ter sido traumatizante, mas valeu-me a minha “capa dura” e não fazer caso das bocas foleiras. Ainda me lembro da última vez que aconteceu… já estava no 9º ano e tentava impor-me como aluna mais velha, cool… não foi fácil explicar o que tinha acontecido naquela noite. Aliás, nem me lembro da desculpa que dei!
Sempre me lembro de ter que correr para a casa de banho por não aguentar a bexiga cheia… aliás, eu nem me lembro dos “avisos” que a nossa bexiga deveria enviar quando atingimos o “ponto de não retorno”.
Hoje, mais velha e depois de ser mãe… tudo se complicou!
Um simples espirro, uma gargalhada, um vómito, o acordar de manhã com as cuecas molhadas sem saber porquê quase se tornava no meu dia-a-dia.
Enquanto criança, os meus pais tentaram solucionar o problema como podiam. Desde exames, medicação, psicólogos, mezinhas e bruxedos tudo me foi dado e nada resultou.
Depois de adulta, só conheci um “bom” obstetra/ginecologista quando engravidei… (leia-se um bom obstetra, não aquele que pergunta e diagnostica a dor, mas sim, aquele que pergunta e diagnostica a ausência de prazer).
Já conhecia as bolas de gueixa/ben-wa/vaginais/pompoarismo/chinesas há algum tempo, mas ninguém me sabia explicar para que serviam… o Drº Cirurgião lá me explicou e consegui usá-las para exercitar a vagina e todo a musculatura pélvica durante a gravidez.
Mas, foi após o parto que senti o que realmente me tinha acontecido: piorei consideravelmente e não podia ser operada à bexiga porque ainda quero mais filhos!
Devo dizer… se não fossem os exercícios com as bolas, consigo imaginar a minha vida igual à da minha pobre avó que morreu já de fraldas!
Apesar de usar sempre um pequeno penso diário, considero que tenho uma vida saudável e pouco a pouco, noto que espirrar ou ser surpreendida pela minha filha (que adora pregar sustos) não é o fim do mundo!
Sou incontinente e depois… depois a vida continua!
(texto escrito por uma das assessoras do projecto A Maleta Vermelha)